Editorial v. 6, n. 1 (2016): Contribuindo com o Grande Cérebro?
DOI:
https://doi.org/10.18264/eadf.v6i1.425Resumo
Para ilustrar a capa desta nova edição, contamos com a prestigiosa contribuição do artista Fernando Romeiro. Nela, o planeta Terra é figurado como um grande cérebro flutuando no Cosmos, testemunhado por um astronauta solitário que parece se surpreender com a dimensão que a educação a distância tomou em todo o planeta. Ou terá sido uma metáfora de uma cosmovisão planetária da dinâmica cerebral da EaD? É difícil e desnecessário literalizar a visão do artista. Para nós importa que a Educação a Distância pode ser compreendida como um grande cérebro; há padrões de conhecimento que se organizam com algum grau de coerência, com o ajuntamento de dados e processos que contribuem para novas formas de entendimento e evolução. Entretanto, é bem verdade que boa parte da Educação a Distância ainda se encontra em estágio embrionário, sem qualquer tipo de superorganização sistêmica que possa se equiparar à complexidade verdadeira do funcionamento de um cérebro.
Sem mais devaneios, a revista EAD em Foco propõe-se a contribuir como uma das sinapses desse grande cérebro. Um veículo gratuito, dinâmico e bem qualificado, no qual autores e leitores possam cooperar sistemicamente com a ampliação deste que é um dos objetivos humanos mais nobres, a construção democrática do conhecimento.
Esta 1ª edição de 2016 assume também uma característica sui generis: a diversidade de temas publicados tornou-se bem superior às edições pregressas. Para nós, uma demonstração de confiança e prestígio; para os autores, a ampliação da estrutura e organização do conhecimento.
O primeiro trabalho apresentado é de Cândido Grzybowski, diretor do Ibase, no qual discorre sobre as tecnologias de informação e comunicação em nosso século sob a perspectiva de um sociólogo. O segundo trabalho envolve um dos temas que tem se tornado mais em voga na educação, a acessibilidade. É uma importante discussão para ampliar o acesso inclusivo e a permanência na Educação a Distância. O artigo subsequente, da professora Marilene Garcia, discute os desafios do design de aplicativos para a aprendizagem de línguas com foco nas demandas da vida mobile. A seguir, os professores Agnaldo Esquincalha e Celina Abar tratam da importância de componentes afetivo-atitudinais para a formação de professores, tendo como modelo teórico o TPACK. Segue o trabalho das educadoras Camila Santos e Gilda de Campos, que realizam uma vasta análise documental sobre os caminhos percorridos pelas políticas públicas de formação de professores na modalidade a distância pela rede pública de educação superior. No último artigo da seção Artigos Originais, pesquisadores da Embrapa desenvolvem um tema fascinante: o processo de produção de microvídeos para dispositivos móveis com o propósito de promover a divulgação e o entendimento dos conceitos e práticas agrícolas.
Nosso primeiro Estudo de Caso é do professor Marcos Xavier, sobre alguns dos principais desafios relacionados aos processos de gestão em EaD, tendo como modelo o Polo de Apoio Presencial do Município de Resende, no Rio de Janeiro. A seguir, temos a partilha de uma experiência sobre um curso de Biologia Celular para os alunos do curso de Enfermagem da Universidade Federal de São João del-Rei. O próximo artigo, sob o título original de A EaD tupiniquim na terra de Garibaldi?, reflete o desafio de levar para uma escola de língua italiana situada no coração da Itália o sistema de educação a distância aplicado no Brasil. As professoras Dorcas Weber e Lia Oliveira, no artigo seguinte, levantam diversos exemplos, desafios e potenciais sobre a organização e layouts dos materiais didáticos utilizados em cursos a distância. No último trabalho desta edição, pesquisadoras da Universidade de São Carlos promovem um novo olhar sobre a importância dos cursos de formação continuada a distância em conselhos escolares, com a perspectiva de ampliar a visão democrática e a formação reflexiva e autônoma das unidades escolares.
Ótimos estudos!
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